Eu?

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Porto Alegre, Rio Grande do Sul., Brazil
o outro.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

domingo lindo

Eu não tenho namorada fofa ou namorado lindo pra abraçar no domingo. Minhas lembranças da infância são memórias de infâmia. Na liturgia, sentia as mãos frias na minha bacia. Ajoelhado uma voz dizia: não conta pra ninguém, assim quer aquele que nasceu em Jerusalém. Hoje fiquei até às três da manhã esperando o teu telefonema. Noite enferma, deitado com o abandono. Odeio ter que te esperar. Mas dormir como? Se a tua voz é minha canção de ninar.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Disco ao contrário

Escárnio. Toca o disco do Roberto ao contrário. Ouve a melodia fria que levanta os mortos e mata a paixão. Acorde o peito de quem vive a sete palmos do chão. Livra o pecado da masmorra, mas corra. A corda que sufoca o pescoço logo quebrará teu osso. Ninguém suporta tamanha pressão. Em vão. Anda pelo cemitério nas noites de lua cheia. Vaguei, esgueira, semeia a morte em tua teia. Mas me deixa morrer dentro do teu coração.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Assim cantam os bardos

Desce ele do cavalo com sua bastarda em mãos
Treme toda a tirania, foge todo o vilão
Seu braço forte afugenta o inimigo
Seu coração bravo inspira abrigo

Não tenhas medo, ergue tua cabeça
Morre demônio vindo da profundeza
O paladino não descansa
Até que o mal pereça

Homem de alma pura, nada temas
Porque enquanto o paladino cavalgar
Te defenderá das malezas
Coração tocado pelos anjos
Assim rezam as lendas

terça-feira, 25 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

eles morrerão, eu morrinho

sou o pária
sou a cantora que esquece a ária
no terremoto, fico soterrado dias
quando me acham minhas partes estão frias

no meu enterro vão pessoas que não amei
sou envenenado pelo pajem do rei
o mecenas que não gosta de arte
o marciano que nunca viu marte

sou o condenado a cadeira elétrica
a menina calada hermética
estrela morta que não vai brilhar
sou a prostituta velha que não sabe amar

eu sou pó
sou só

ó

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

doce réquiem

Toda vez que ouço teu peito
Sei que teu coração não bate por mim
Nele sinto cheiro de jasmim

Toda vez que deito no teu leito
Sei que a cama foi desarrumada por outro alguém
Que raptou teu amor e o faz refém

Toda vez que tudo está perfeito
Tu compra jóias pra tua coroa
E me abandona na masmorra

Toda vez que reclamo meu amor
Te vejo sentado no muro, parado, obscuro
Com planos que não me incluem no teu futuro

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Nuvem branca

Você de camiseta branca parece uma nuvem. Dessas que, quando surgem, deixam a gente mais feliz. E você faz o sol nascer sorrindo, céu azul, dia lindo. Até a lua fica cheia de vontade de te conhecer. E os pássaros, quanto te veem sozinho, nos teus pés fazem ninho. Tua beleza faz a natureza se envaidecer. Você é fofo como uma montanha de neve. No teu colo deito leve. Poderia até por ti morrer.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mais um pra vc :)

e eu aqui tentando te esquecer, mas quando eu fecho os olhos lá me vem você. Vou fazer o que? Maldito dia em que eu fui te conhecer. Eu te amo tanto que chega até doer.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

desculpa?

E essa vida que a gnt não pode controlar? Que é feita de encontros e desencontros e que às vezes nos proíbe de amar. E o que acontece, que, quando amamos tanto, o destino conspira em nos afastar? Queria uma vez deitar ao teu lado, te pedir desculpas e ser perdoado. Quisera eu também beijar os teus pés, e ir mais além, beijar tua nuca, e com a tua desculpa, dormir bem.

domingo, 8 de maio de 2011

Poeminha de mamãe

Eu te amo desde o primeiro momento em que eu te vi.

Chamar o teu nome foi a primeira coisa que eu aprendi.

Tá certo que não dava pra entender muito bem

Mas mãe, dá um desconto, afinal de contas eu era só um neném.

Ainda lembro quando tu me mandava estudar

Eu fazia o dever rapidinho pra ir lá fora brincar

Ou quando tinha aula no outro dia e eu queria ficar vendo televisão

Tu me pegava no colo, me levava pra cama e cantava uma canção

Mãe, tu me deu coragem pra enfrentar a vida e me ensinou a respeitar sentimentos

Tu me falou pra esperar o sol, mesmo num dia cinzento

Tu me ensinou tudo o que eu sei e fez de mim uma pessoa feliz

Hoje, eu sou o que sou, porque aprendi contigo a tomar conta do meu nariz

Por isso, te agradeço tudo que fez por mim, por toda a dedicação

Mãe, tu é muito importante na minha vida e eu te amo do fundo do coração

domingo, 24 de abril de 2011

amor morto

eu lembro muito bem o dia em que o meu coração parou de bater. Foi num diálogo em que eu dizia, numa manhã fria, te amo tanto que não consigo viver. A resposta foi ceifeira, esquece essa besteira, amor desse jeito não posso corresponder. O calor abandonou meu corpo, hoje vivo morto e minha carne quer apodrecer. Meus pés quebram gravetos, acordo esqueletos, juntos vemos o sol nascer. Aqui estou entre amigos, vários corações malditos proferindo maldições. Aqui não há luz, não há nada, só almas penadas carregadas de ilusões. Então, escute a voz de um zumbi sábio, se um dia sentir um calafrio, sou eu beijando teu lábio. Quando sentir o vento no cabelo, é minha mão acariciando teu velo.

domingo, 17 de abril de 2011

poema pra ficar juntinho

Quando eu te vejo, me dá um desejo,
por você eu me derreto todinho.
Senta aqui do meu lado, vem cá da um beijo,
hoje a gente fica juntinho.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

poema sem fins poéticos

toda vez que eu escrevo me entrego
digo que estou pensando e o que quero
sou nero tocando lira
queima fogo, arde pira

não vou falar o que sinto
sem chance de expor
dessa vez eu minto
omito, não admito

além do mais é inconstante
fácil é cruzar o inferno de dante
ou carregar cruz
sete léguas distante

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Poema com chuva

Foi bom pra caralho
Mas deixa eu ficar triste
Eu gosto quando a dor persiste

Fica cada um no seu galho
Esquece, não insiste
Tira isso da cabeça e desiste

Deixa o frio virar orvalho
Quando dá certo não há o que dizer
Errado. Me deixa escrever

Não é carta fora do baralho
Nem filme iraniano
É amor puro, sem engano

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

sofre estrofe

A vida segue perfeita
como numa balada do black crowes.
Mas toda vez que a gente se apaixona
as estrofes viram horrores.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mundo de chumbo

Eu me perdi por você
Eu deixei de viver
Mergulhei no submundo
muito mais fundo do que alguém possa entender

Eu não consegui voltar
Não pude acordar
Na escuridão abissal vi como tu me faz mal

Teus olhos escondem quando tu blefa
Tua beleza me infesta
No porão, luz não passa pela fresta

Se eu ganhasse um trocado
Pelos dias em que fiquei ao teu lado
Eu poderia enriquecer

Eu ficava calado, sussurrando baixinho
No peito cravado um espinho
Sangrando vermelho até morrer

Você partiu junto com a minha espinha
A tristeza que ficou é só minha
Espero um dia esquecer

Posso morrer pelo teu mundo
Igual Portinari, envenenado com chumbo
Vem sol, faz amanhecer

a incrível mulher cobra ou erupções vulcânicas satânicas

macia meretriz, hábil na língua das serpentes
mau-cria malévola, veneno escorre dos dentes

talvez, à primeira vez cause insensatez
escamas reptilianas brotam de sua tez

silvo, sibila, é simples som soturno
o som da morte: do fim do que há de bom no mundo

envenenado, caído ao teu lado
morto, paralisado, pronto par ser esmagado

por diversas voltas me sinto sufocado
cessa o coração de bater. Prestes a ser devorado

horror nos meus olhos, visão onde muitos jazem
o céu da boca fecha, as portas do inferno abrem

me mostra o caminho beatriz,
não termina essa rima com palavra feliz?

pena de morte, sofrimento, enforcamento, injeção letal
qualquer outra morte seria pra mim natural

nada pode ser tão terrível, nada contém tanto sofrimento
a não ser, claro, pequenos caixões entregues ao relento

atire na minha cabeça antes que eu enlouqueça
não poupe munição, não deixe que meu corpo arrefeça

:( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :( :(

Nota de André, o escritor: uia, de onde eu tirei isso?

Nota de Atila, André é uma das personalidades do meu transtorno bipolar.\

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pequeno poema para Tati - no 2

Beleza élfica. Encantadora. Capaz de nos tirar a razão. Infortúnio para a humanidade, sorte do homem que detém seu coração.


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