Eu?

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Porto Alegre, Rio Grande do Sul., Brazil
o outro.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Abelhas, ferrão e mel

Eu sou feito de felicidade. Entretanto, ainda resta uma farpa no peito. E quando eu lembro rasga, perfura fundo e me enche de medo. Achei que tivesse sarado até conhecer você. Uma bela menina de sorriso calado, acanhado, quase perfeito. Eu posso amar de novo, só não quero queimar os dedos no fogo. Mas basta pedir e me transformo em faquir. Ando nas labaredas, durmo sobre pregos, te cubro de beijos e venero. Abre tua caixa de pandora. Deita do meu lado, não chora.

nuvens de elefante

As nuvens são engraçadas. Agora pouco jurei ver elefantes, na verdade, duas manadas. Eles pareciam gigantes correndo em disparada. Não, olhando bem, não parecem paquidermes. Apenas um cachorro perdido procurando o dono. No seu latido dava pra ouvir o blues do abandono. Olha, lá vem uma ovelha de algodão. Fofa e linda, tem o gosto do anseio. Tão alta que posso pegar com a mão. Tão macia quanto teu seio. Ah, essas nuvens, vivem nos pregando devaneios. Por um momento achei ter visto a mulher que amei, mas o vento mostrou ser a espada justa de um rei. Aí vem outra. Alva e boba. Deixando o azul ainda mais exuberante. Repare quem vem dançando, nosso estimado elefante elegante.

Não deixe de olhar para as nuvens. É nelas que está a entrada para o céu. Não o paraíso, mas um mundo ainda mais lindo. Onde ficam as cordilheiras de mel e os bosques de amor verdejante. Ame, seja tolerante, beije beijos trovejantes, abrace seu amor como nunca antes. Mas quando o entardecer chegar, deixe a revoada de pássaros te levar. Porque é no céu de brigadeiro que a gente encontra o amor verdadeiro e não num sonho irreal. Afinal, tal qual os cumulus nimbus o amor nos tira do limbo. Nos faz levitar. Viu, se eu que sou cético não dúvido, porque você acha tão difícil de acreditar?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

crônicas do amor zumbi

Como pode a paixão desaparecer? Como podem 6 milhões de pessoas morrer? Simples. O tempo faz o passado desvanecer. Como nas fotos de um século atrás, quem estava ao seu lado, jaz. Conta a lenda que numa noite de lua cheia, negro segurando caveira, entoava lúgubre canção. Ouvi dizer que implorava, com a voz calada de mágoa, por reencarnação. Horríveis criaturas dessas de alma escura remoendo amargura, deram atenção. Do que se trata, humano sem graça. Trouxe consigo alguma carcaça em putrefação? Ou sangue de padre que com crianças obtém satisfação? Sabe, o que pede exige bom pagamento, ou volto para escuridão. Não, espere atroz criatura, deixe explicar minha tortura. Fale, pacote carne e osso, mas seja rápido antes eu abra o teu pescoço. Pois sim: me dê uns minutos, eu conto o que aconteceu pra mim. Há muitos anos conheci meu fiel escudeiro, de beleza e barriga tão vasta quanto o alaska. Sua pele era branca como a neve, sua saliva queimava mais que lava. Tinha os olhos do falcão e, quando beijava, dava, o mais puro amor do coração. Mas num dia de verão veio vento veloz, cruel menino, e o levou pela mão. Por isso, hoje eu peço que interfira no destino, faz bater no meu peito um sentimento divino. Cura a ferida e ressuscita minha paixão. Tira da artéria a miséria da solidão. Em troca, só minha alma posso oferecer. Humanos idiotas, sempre contando lorotas. Assine aqui e nem perca tempo tentando ler. Terá sua paixão de volta isso eu posso prometer, mas feliz, pobre diabo, nunca vai ser.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

doce vida

Bem que as bombas poderiam ser todas de chocolate.
Recheadas com explosivo para espalhar corpos pela cidade.

Então, todas as guerras seriam de travesseiro.
Com cacos de vidro para sangrar o seu traseiro.

No meu mundo perfeito, as lágrimas seriam de framboesa.
Envenenadas para matar o padre e toda a igreja.

No meu pequeno planeta, toda a família teria direito a uma nega maluca por dia.
Elas estrangulariam as crianças lentamente, em profunda agonia.

Na minha realidade, as balas de todas as armas, seriam de caramelo.
Duras o suficiente para estourar dentes, sem precisar recarregar o pente.

Mas isso não passa de um sonho, lindo e cremoso.
Feito da podridão da carne de um gordo leproso.

beijos adocicados :)

sábado, 20 de novembro de 2010

O dia em que a terra parou

Foi numa manhã de domingo, num dia lindo. A menina mais linda da agência me olhou. Meu mundo parou. Não podia acreditar. Ela era mais encantadora que uma sereia do mar. Seus olhos eram negros como uma pérola, aquela difícil de encontrar.
Daria meu castelo se a pudesse beijar. Mulher igual a você, nesse mundo não há. Aceita comigo casar?

Mas o que realmente me impressiona é o teu gosto musical. Nunca vi menina igual.
Blind Melon, Stones, Black Crowes. E ela ainda ouve ramones. Vai ver é por isso encanta tantos homens.
Sei que não tenho a menor chance. A paixão platônica está ao meu alcance. Estou acostumado a amar de longe. Amo através de oceanos, e do velho mundo espero uma novidade que me faça feliz, por anos. Mas uma coisa eu posso te dizer, e prometa que jamais vai esquecer: se um dia ficarmos juntos, nem o fim dos tempos vai nos deter. Elaine, eu amo você.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amor com o crucifixo

Ontem a noite eu tive um sonho esquisito. Sonhei que estava nu, aos amassos, com jesus cristo. Dito isso, insisto. Preferia deitar com uma fêmea do que cometer tamanha blasfêmia. Mas fazer o quê? Se a igreja sempre fode você. Agora é a vez dela aprender. O sexo foi só um artificio. Nos masturbamos com um crucifixo. Mas o filho de deus é um porco machista, depois de gozar, nos regurgita. Blérg! Igual a linda blair em o exorcista. Ter fé em quê? Por quê? Alguém me explica. Por acaso o verdadeiro amor ressuscita?

domingo, 14 de novembro de 2010

maravilhoso monstro de marshmallow

Sinto saudade das mãos gordinhas.
Da barriga branca, das dobrinhas.
Sempre que assisto chaves lembro você.
Nem me pergunte o porquê.

Pra mim você é um maravilhoso monstro de marshmallow
Profundo, largo, pesado. É o meu submarino amarelo.
Não resisto a tua voz, às vezes baixa, às vezes rouca.
Só de ouvir teu nome, os lábios tremem na minha boca.

Só não sei se gosto mais de você ou de mil folhas.
Pra um gordinho essa é a mais difícil das escolhas.
Mas aí vem ele com aquela camiseta do colorado
E logo imagino um delicioso sundae caramelizado.

Não vivo sem o teu sorriso de quindim.
Inefável tal qua borboletas no jardim.
O creme nas tuas bochechas me faz rir.
Amarga hora em que te deixei partir.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

caixões confortáveis

O poeta escreve porque seu coração está em agonia.
Cansou de tossir pedaços do pulmão e sangue, na pia.
Sente falta de algo que não bate mais em seu peito, que ironia.
Há bem pouco tempo sorria sinônimos de alegria.

Ele sofre calado, a dor sufoca, mata por asfixia.
É pior do que ser abusado pelo santo padre.
Em solo sagrado,
Na sacristia.

Quem olha de fora, acha idiota, vira a cara, ri.
Quando me perguntam o que houve? Respondo: morri.
Digo que o destino é um tratante.
E que cansei dessa vida de roda gigante.

Quero tomar café ao teu lado.
Fazer compras no supermercado.
Saber das paixões do teu avô.
Aquele velho safado.

Vamos terminar o que começamos.
Nem que para isso eu espere anos.
Sei de uma clínica que congela cadáveres.
Os caixões são até confortáveis.

caligrafia

Preciso atualizar meu blog de poesias, bem que eu queria. Mas sem o meu amor, aqui, todo dia, a tristeza castra a minha caligrafia :)

sábado, 30 de outubro de 2010

rinha de galo

Hoje o sol tá acanhado.
Os pássaros calados.
E o céu escureceu.
A vida fica assim,
sem graça à espera do sorriso teu.

Sorri então. Mostra os dentes de um branco alpino,
faz esse homem voltar a ser menino.
Tu tens nas mãos o meu destino.
Abre um sorriso largo, lindo e inspirado.
Mostra pro mundo que a gente combina lado a lado.

Mas não tenhas pressa,
eu tô aqui pro teu amparo.
Viaja o mundo, volta.
O que eu sinto por vc é raro.

Só me prometas uma coisa,
sob este solo sagrado,
onde o papa beija apaixonado:
não te machuques em rinha de galo.

Como num amor nos tempos do cólera,
eu fico calado, aguardo o fim da ópera.
Meu refúgio é este teclado.
Nele, meu amor está guardado

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O vizinho mora ao lado ou amor de supermercado

Volta pra ver teus amigos.
Pra pegar sol no parque aos domingos.
Ir na livraria ler Calvin e Haroldo.
Ou no postinho, fumar um marlboro.

Volta vizinho.
Sem você me sinto jack nicholson em um estranho no ninho.
Quando não estou ao teu lado fico furioso, desolado.
Dá uma vontade louca de fumar cigarro.

De todas as coisas que se pode achar no supermercado,
jamais imaginei encontrar o amor, na prateleira embalado,
exatamente onde tu tava parado.

Tira do meu peito o espinho.
Me beija e me faz carinho.
Faz do teu suor o meu vinho.
Vem, volta vizinho.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

mentira minha

Chega. Terminamos. Mesmo sem nunca ter falado o quanto eu te amo.
Perfeito. Que bom que acabamos. Por um momento achei que duraria anos.
Não vou sentir falta do teu sorriso, meio amarelo meio indeciso. Muito menos deste teu corpo redondo, branquinho e liso. Tchê, eu posso viver sem você. Só preciso achar um porquê.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

dia infeliz

hoje é um daqueles dias em que nenhum leite com biscoito me deixaria feliz.
nem que um anúncio meu fosse premiado em cannes, não se engane,
nem por um triz, nem que a garota mais linda da escola escrevesse meu nome no chão, dentro de um coração, com giz. Mesmo assim seria um dia infeliz.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Homem invisível

eu sei desaparecer
igual ao ninja e a sua bomba de fumaça
puft! Olha eu lendo lovecraft no banco da praça



to be continued

não quero

Não tenho mais nada pra te dar do que o azul do mar.
Não tenho mais o que falar pra tua beleza exaltar.
Não tenho mais ar nos pulmões pra respirar.
Não quero ser apenas um amigo em que tu possas confiar.
Quero causar ciúmes, quero tirar o teu sono.
Quero que tu sofras com o meu abandono.
Quero que me ame e reclame quando eu não telefono.
Quero que tu sintas inegável amor.
Quero que conheças a minha dor.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

poeminha procê

Tati, quando tu anda pela areia da praia fica sempre a corações roubar, se tão bela garota não estivesse compromissada, convidaria ela para o altar.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

teu peso, tão obeso

Pena não poder entregar o que queres.
Se entregasse pizza a gente tinha se visto mais. Pelo vosso tamanho, o senhor pede assaz, mas que belo rapaz. Não posso criticar o teu peso, tão obeso.
Na realidade tua vastidão me deixa teso. Tuas dobras me impressionam, me condicionam, me fazem amar, me entregar. Em troca de um beijo suntuoso posso até lavar e passar. Mas não me confunda, todos os dias no banho fantasio com a tua bunda. Linda, lisa, larga. Teu volume muito me agrada. Tu é a minha fantástica fabrica de chocolate. Tu é a televisão de cachorro, eu sou o vira-latas que late. Não passo de uma ovelha desejando pelas tuas mãos o abate.

Amar é lindo

Hoje é um daqueles dias maravilhosos.
Sol, pessoas felizes, crianças tomando água tônica.
Adoraria se o Iran jogasse nelas uma bomba atômica.

Ah, olha aquelas velhinhas lindinhas tomando chá com torradas.
Não seria perfeito se elas fossem carbonizadas com uma ou duas granadas?

#comofaz

Você ama incondicinalmente, seus olhos vagam dormentes. À noite você abraça o travesseiro, range os dentes. Só o que resta são estas rimas deprimentes. Ok, bem que elas poderiam ser mais inteligentes. Concordo plenamente. Mas o amor é burro, obscuro. Quisera eu desligar o botão, parar de ser um bobão. Chega de dar voltas tipo barata tonta antes de ser morta. Sabe como é, né? Esmagada no canto da porta. Alguém sabe como faz? Alguém é capaz? Porque pra mim, parar de amar, é deixar de respirar.

câmara de gás

Sabe aquela tristeza que a gente sente quando o parque deixa a cidade?
Parece tombo de skate, a gente cai, rala o joelho, arde.

Sabe o que acontece quando alguém parte sem dizer adeus?
O céu escurece e nunca mais amanhece.
Tipo câmara de gás queimando judeu.
A gente chora e deixa na memória a felicidade que perdeu.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nada é óbvio

Dentro do onibus viajam atarefados passageiros
Uns preocupados com trabalho outros com falta de dinheiro
Os que sentam na jenela olham por sobre os muros
Mulheres, crianças, gordos, homens maduros

Não existe lugar melhor pra se prever o futuro
Aqui, 44 pessoas têm o mesmo destino
Não importa se faz chuva, frio ou dia lindo
É fácil saber para onde estão indo

Num cruzamento próximo, pára o futuro
Paulo não vai para escola
Lúcia não conhece Bruno
Sem piedade, trágico, taciturno

Rima fácil

É assim, sereno
Sentimento pleno que faz o amor parecer glacê
Ou chocolate bom de comer
É isso que o eu sinto quando estou com vc

Nem me pergunte, não dá pra entender
Mas uma coisa eu dou certeza
Teu sorriso afasta minha tristeza
Porque me traz paz, amor, gentileza

Não digo mais porque prefiro o silêncio
Shiiiiiii, deixa quieto
Um sentimento desperto precisa de eco
E o meu eu sei que tu não vai responder

Coito

Sem vida, casca vazia, pior que Faustão no domingo.
Tática pra não dizer o que sinto.
Melhor comer biscoito do que de novela das oito.
Eu prefiro amor, você coito.

o parque :(

Sabe aquela tristeza que bate quando o parque de diversões deixa a cidade?
Tipo tombo de skate, a gente cai, rala o joelho e arde.

Sobre o amor

O amor machuca. é arapuca. cai a grade e ficamos na sinuca.

Velho e senil

Essas últimas semanas foram as melhores da minha vida. Quando ficar velho e senil vou viver nelas.

Monstro de Goya

Eu te amo..Não dá pra entender?
Olha pro lado, qualquer um pode ver
Sou algum monstro de Goya?
Por acaso alguma Jiboia?

Não vou te engolir vivo, sem aviso

Diferenças existem
É por isso que os amantes persistem
Me dá uma chance, não quero revanche
Só teu amor: farto, lânguido, constante

Vem ficar comigo
Beldade de traços perfeitos
Ode ao renascimento
Minha vida em teu leito